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Educação etnorracial, multiculturalismo e afronegrismo

Archive for julho 2010

Força evangélica nas urnas (2)

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NOEDI MONTEIRO

Os evangélicos crescem tanto a cada dia na América Latina, que algumas populações são totalmente identificadas com este perfil, criando uma nova hegemonia religioso-geográfica, no continente americano. São 700 mil denominações em toda a América Latina.

O avanço da área de evangelização e o estabelecimento de novas igrejas têm levado líderes evangélicos latinos, a se organizar politicamente, na tentativa, de ampliar o espaço e participação da presença evangélica na vida pública, como na ocupação de postos de comando de nações pelos seus representantes.

Existem movimentos políticos ou partidos de inspiração evangélica em Porto Rico, Argentina, Venezuela, Nicarágua, Peru, República Dominicana, Bolívia, Paraguai, México, Chile, El Salvador, Guatemala e Colômbia. A Iurd criou em Portugal o Partido da Gente. Organizaram-se no Brasil, o Movimento Evangélico Progressista – MEP, o Movimento de Restauração da Pátria Brasileira – MRPB, o Movimento Suprapartidário (MESP) e o Movimento Cristão Democrático (MCDC). Ocasionalmente, também surgiram, vários comitês evangélicos: Pró-Diretas Já (1984), Pró-Assembleia Nacional Constituinte (1986), Pró-Brizola, Pró-Lula, Pró-Iris Rezende, Pró-Collor (1989), Grupo Evangélico de Ação Política – (Geap – 1988) etc. Simpósios e fóruns nacionais de conscientização política se alastraram pelo Brasil nos anos 1980-2000. A mais importante bancada evangélica no Congresso Nacional nasceu com a Constituinte, em 1986. Em Belo Horizonte (MG) em 1990 surgiu para analisar a inserção ideológica de evangélicos na militância política, o Instituto Evangélico de Estudos Sociopolíticos – Inesp; enquanto que em janeiro de 1992 nascia em Brasília (DF), a União Nacional de Evangélicos Políticos – Unep, que promove um encontro, dando origem ao Documento Evangélico de Ação Política para Mudança no Brasil.

Como a maior nação evangélica do mundo, a chefia dos EUA, está em mãos de protestantes/evangélicos, de George Washington a Barack Obama, com exceção de John Kennedy, católico. Dentre as confissões de fé dos presidentes encontramos batistas, entre outros, como Abraham Lincoln, Andrew Johnson, Warren G. Harding, Harry S. Truman, Jimmy Carter, Bill Clinton e Andrew Johnson; presbiterianos – Ronald Reagan, Dwight D. Eisenhower, Thomas Jefferson, Grover Cleveland, Benjamin Harrison, James Buchanan, Woodrow Wilson, Ulysses Grant e Rutherford Hayes; episcopais – George Bush pai e filho, Gerald Ford, Franklin Pierce, James Monroe e Chester Arthur; metodistas – William Mckinley e James Polk; unitários – James Garfield e Millard Fillmore; quacker – Herbert Hoover; igreja reformada holandesa – Martin Van Buren; congregacionais – Barack Obama e Calvin Coolidge. Obama, à época da eleição deixou  a Igreja Unida da Trindade de Cristo incomodado com os polêmicos sermões do pastor Jeremiah Wright.

A Guatemala elegeu por voto direto, Jorge Antonio Serrano Elias (1991-1993), primeiro presidente evangélico da América Latina, membro da igreja pentecostal El Shaddai; general José Efraín Ríos Montt, membro da Igreja Verbo (pentecostal) presidiu a Guatemala, de 23 de março de 1982 a 8 de agosto de 1983, considerado ditador e deposto, por sucessivos golpes militares. Pastor Carlos García, da igreja Batista, presidente do Conselho Nacional Evangélico, foi o segundo vice-presidente da república de Alberto Fujimori, no Peru (1991-1992); Woweri Kaguta Museveni, cristão evangélico, preside Uganda, África, desde 1986; dr. Kim Young-Sam, presbítero da Igreja Presbiteriana de Choong Hyung, Seul, a maior igreja evangélica do mundo – Igreja do Evangelho Pleno, foi o primeiro evangélico a presidir a Coreia do Sul (1993-1998); Frederick Chiluba, membro da igreja evangélica pentecostal de Lusaca, presidiu Zâmbia, África (1991-2002).

Em todas as partes do mundo são encontrados protestantes/evangélicos na condução de nações. Metodistas, Boris Trajkouski, presidiu a Macedônia na península dos Balcãs (1999-2004), Chiang Kai-shek, (1949-1975) e seu filho Chiang Ching-Kuo (1978-1988) a república de Taiwan, o rei Tauf Ahau Tupou IV (1965-2006), Tonga, Polinésia, o primeiro-ministro Lester Bowles Pearson (1963-1968), o Canadá, o primeiro presidente negro da África do Sul Nelson Mandela, de 27 de abril de 1994 a 16 de junho de 1999, África do Sul, Abel Muzorewa (1925-2010), primeiro-ministro, de 1 de junho a 11 de dezembro de 1979, o Zimbabue, África, bispo da Igreja Metodista Unida.

De confissão luterana: Angela Merkel, chanceler alemã desde 2005; Ellen Johnson-Sirleaf, primeira mulher a ser eleita presidente da Libéria (2005), África; Ernesto Geisel (1974-1979), governo militar que assegurou a abertura lenta, gradual e segura, para o retorno da democracia no país.

Wesleyanos, pentecostais, neopentecostais, metodistas, presbiterianos, adventistas, nazarenos, anglicanos, episcopais, batistas, irmãos unidos, unitários, congregacionais, luteranos e outras confissões, poderão em consenso eleger, a primeira mulher evangélica, negra e ambientalista do Brasil, a senadora MARINA SILVA, da Assembleia de Deus no Plano Piloto de Brasília.

Written by Noedi Monteiro

julho 24, 2010 at 3:56 am

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Força evangélica nas urnas

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NOEDI MONTEIRO

O regime presidencialista adotado pelo Brasil e vários outros países nasceu na Filadélfia em 17 de setembro de 1787 com a promulgação da constituição norte-americana de cunho presbiteriano e metodista princípios dos EUA que inclui os batistas. O 1º presidente constitucional dos EUA (1789-1797) foi George Washington, episcopal (anglicana) e maçom. Roosevelt, episcopal, e um dos 13 presidentes veneráveis do país, manda cunhar em 1933 a pirâmide com o “illuminati” olho-que-tudo-vê na nota de 1 dólar simbolizando a presença da loja maçônica, na formação americana. Confiamos em Deus também estampa a nota de 1 dólar: in God we trust. Com exceção de Kennedy, católico, os presidentes dos EUA são protestantes/evangélicos.

O deputado Ulisses Guimarães (PMDB), o Senhor Diretas Já, pouco antes de sua morte em outubro de 1992, declara da tribuna da Câmara dos Deputados, “que o Brasil só daria certo se administrado pelos estatutos da Igreja Batista”. Referência ao autogoverno eclesiástico da denominação pelo regime congregacional ou independente, isto é, com autonomia local, que consiste, em que a decisão seja de todos os membros, e não apenas de um grupo. Democracia de fato.

O IBGE projeta para 2010 a existência de 55 milhões de evangélicos que deve saltar para metade da população em 2022, desafiando a hegemonia católica brasileira.

A vocação evangélica/protestante do Brasil começa com os huguenotes que estabelecem a França Antártica na baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, de 10 de novembro de 1555 a 20 de janeiro de 1567 com Gaspar de Coligny, Nicolas Durand Villegaignon, a pedido de João Calvino (1509-1564), teólogo francês; com a França Equinocial, de 8 de agosto de 1612 a 4 de abril de 1615, na Ilha Grande, atual São Luís (MA) por Jacques Riffaut (calvinista), Charles des Vaux, Daniel de La Touche e outros; com a Vila Nova Holanda 15 de fevereiro de 1630 a 11 de maio de 1644, no Recife (PE), por holandeses da igreja reformada (calvinista) sob o príncipe Maurício de Nassau.

Estados brasileiros governados por protestantes/evangélicos: São Paulo pelo pastor da Assembleia de Deus e deputado estadual (PMDB) Carlos Apolinário, de 08 a 19 de maio de 1992; Goiás (GO) por Iris Rezende (PMDB) da igreja cristã evangélica, nos períodos de 1983 a 1986 e 1991 a 1994; Pernambuco por Antônio Torres Galvão, pastor, da Assembleia de Deus em Abreu e Lima, e o primeiro governador evangélico do Brasil, de 25 de agosto a 12 de dezembro de 1952; por Eraldo Gueiros Leite (1971-1975), batista e pelo presbiteriano Hélio Mota Gueiros (1987-1991). Piauí, de 04 de junho a 23 de agosto de 1890 foi governado por Joaquim Nogueira Paranaguá, membro da igreja Batista, antes, vice-governador (1889-1890) da Província; Amazonas pelo batista Enoque da Silva Reis (ARENA -1975-1979), indicado por Geisel; Rio de Janeiro por indicação do regime militar o pastor da igreja Batista do Calvário, Geremias Fontes, pela ARENA (1967-1971), por Leonel Brizola (PDT – 1983-1987 e 1991-1994) também governador do Rio Grande do Sul (1959-1963), de princípio metodista recebido do pastor que o criou na cidade gaúcha de Carazinho, e pelos presbiterianos: Benedita da Silva (PT/RJ – 2002-2003), Anthony Garotinho (PMDB/RJ – 1999-2002) e Rosinha Garotinho (PMDB/RJ – 2003-2007). Mato Grosso por Silval Barbosa (PMDB) de 31de março a 31 de dezembro de 2010, membro do Conselho de Ministros Evangélicos de Cuiabá (COMEC) e vice, do governador Blairo Maggi (PR). Distrito Federal e Maranhão tiveram vices evangélicos.

Ernesto Geisel (1974-1979) em cujo governo ocorreu a abertura lenta, gradual e segura, para o retorno da democracia no país, foi o único presidente de formação luterana da república brasileira; mas, o primeiro presidente protestante foi Café Filho, de 24 de agosto de 1954 a 8 de novembro de 1955, membro da igreja Presbiteriana de Natal (RN).

A senadora MARINA SILVA, do Partido Verde (PV), membro da Assembleia de Deus no Plano Piloto de Brasília (DF), pré-candidata à presidência da república, poderá se tornar a primeira mulher negra, evangélica e ambientalista a governar o Brasil, se o senso da diversidade cultural, racial e religiosa prevalecer sobre os preconceitos de gênero e das diferenças confessionais. O pertencimento ao grupo não deve ser critério mas a construção de consenso para o voto. Não podemos encarregar a Deus aquilo que nos caber fazer.

Written by Noedi Monteiro

julho 24, 2010 at 3:51 am

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